Tuesday, June 28, 2005

Liga dos super-heróis tricolores!

Quando somos crianças e gostamos de futebol, costumamos ter os nossos heróis, heróis que normalmente estão ligados aos nossos clubes do coração. Estes jogadores, normalmente, não são Pelés, Maradonas, atletas que comumente são alvos da admiração geral, Muitas vezes são zagueiros botinudos que demonstram muita raça e amor à camisa. Ou então aquele atacante que perde mais gols do que faz mas que, por um motivo inexplicável, nos causa forte fascínio. Pensando nisto, talvez a minha infância tenha sido tardia, porque os meus heróis fazem parte do período mais negro da história do Fluminense, quando eu não era mais criança: os dos três rebaixamentos consecutivos, de 96 a 99.
O que em um primeiro momento pode parecer estranho, é, na verdade, algo simples de se explicar. Acho muito fácil idolatrar jogadores que venceram tudo, que conquistaram títulos e permaneceram fiéis ao clube e a camisa nos bons momentos. Complicado é gostar de pessoas que, mesmo nas horas ruins, conseguiram algum tipo de destaque. Mais complicado ainda, é achar atletas que permaneceram fiéis ao clube e a camisa nestes momentos. Ao meu ver, o Fluminense teve e ainda
tem este tipo de jogador.
Uma vez o jornal “O Globo” apresentou uma reportagem intitulada, “Os heróis da resistência!”. Os protagonistas do título eram os jogadores Roni, Magno Alves e Roger. Atletas que chegaram ou foram criados nas Laranjeiras na “Idade das Trevas”, foram convocados para a seleção brasileira e permaneceram por lá até o “Renascentismo Tricolor”.
Tirando o terceiro, os outros dois estão no meu panteão de heróis. Roni, carinhosamente, chamado de rottweiller, era o antídoto para o pitbull rubro negro, Romário. Magno era o magnata. Jogador folclórico, tinha tudo para ser, e o foi por um tempo, um dos maiores atacantes do Brasil, pois corria muito, driblava em velocidade e batia bem com as duas pernas, mas como ninguém é perfeito, perdia uns gols inacreditáveis de vez em quando.
Acredito que outros dois atletas que chegaram ao clube, mais ou menos na mesma época, deveriam ter sido incluídos na matéria. Um já deixou o Fluminense, o outro ainda está por lá. Estou falando do capitão Marcão, um verdadeiro homem de ferro tricolor devido a sua resistência, fôlego e número de jogos consecutivos, ele quase nunca se machuca, e do lateral esquerdo, Paulo César.
A história de Paulo César chega a ser uma das mais curiosas. Ele precisou de duas passagens e de trocar de posição, era anteriormente lateral direito, para conquistar a torcida. Quando deixou o Fluminense rumo ao PSG, não havia uma só pessoa que não o aplaudisse. Até hoje todos sentem saudades de suas cobranças de faltas, quase sempre certeiras, e dos cruzamentos precisos. Tal qual o Gavião Arqueiro, personagem da Marvel, passou de renegado a herói. Um atirava flechas, o outro lançava
bolas, todas igualmente mortais para os inimigos.
Além dos quatro já citados, tenho mais dois heróis, estes anteriores ao período do rebaixamento: Ézio e Renato Gaúcho.
O primeiro foi apelidado pelo locutor esportivo, Januário de Oliveira, de o super-herói da capa verde. Raçudo e oportunista, mesmo sem muita técnica, ele até hoje é lembrado com muito orgulho por todos. A sua maior virtude era a maior
de todas as virtudes: marcar gols no Flamengo.
O segundo tirou o Fluminense de um jejum de dez anos sem títulos. Também fez muitos gols no maior rival. Participou da campanha do rebaixamento de 96 como técnico e jogador ao mesmo tempo sem, em momento algum, pensar em abandonar o clube. Como um verdadeiro almirante afundou junto com o barco. Tempos depois, mais uma vez como técnico, voltou para conduzir o Fluminense até a semifinal de um Campeonato Brasileiro. Quando jogador foi apelidado de Rambo por causa da faixa
na cabeça, semelhante a do personagem de Silvester Stallone.
Escrevo isto tudo dois dias após a derrota na final da Copa do Brasil. Triste como qualquer torcedor tricolor, pelo menos tenho a certeza de que, se os nossos atletas não jogaram bem, lutaram até o fim! Afinal, ninguém tem setenta e cinco por cento de posse de bola à toa.
Como disse antes, para mim, os heróis nascem em momentos adversos, das provações, e não nas horas de alegria e felicidade. E é com um olho nesta crença e outro no futuro, que acredito que esta derrota talvez seja o embrião de novos heróis. Quem sabe um dos atuais titulares não venha a fazer parte da “liga de super-heróis tricolores”? Grupo que já tem nomes como o Rottweiller, Magnata, Homem de Ferro, Rambo, Capa Verde e Gavião Arqueiro?


A idéia é boa... Mas só vai gostar deste texto quem é tricolor! Eu particularmente prefiro fazer a escalação do Al Helal!

1 Comments:

At 4:03 AM, Anonymous Anonymous said...

É claro que uma vascaína não iria se esmerar neste mundo tricolor...a não ser pra deixar um beijo! Saudades!

Letícia

 

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